quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Do you speak Hyperion?

Coisa rara é encontrar material de boa qualidade, em português, sobre ferramentas específicas de BI. Pelo menos sobre as ferramentas que eu estou acostumado a trabalhar.

Hyperion nunca foi um nome pop entre os profissionais de TI, pelo menos não antes da Oracle adquirir a empresa, mas sempre foi um nome de muito peso na sua área de atuação. Os profissionais qualificados nas ferramentas Hyperion são escassos no Brasil e pelo jeito, no mundo todo, pois nos países emergentes e nos países desenvolvidos, profissionais desse tipo tem sido contratados a peso de ouro. Só não sei por quanto tempo.

Trabalho com Hyperion Essbase desde 2003 e percebo que todos os profissionais que acabam caindo nessa área tem dificuldade de encontrar recursos e informações claras à respeito de Essbase além do Database Administrator Guide. Sim, o DBAG é um ótimo recurso técnico, mas não documenta muitas boas práticas importantíssimas para o desenvolvimento de um bom projeto de aplicações OLAP em Essbase. É bem verdade que é preciso "comer muito feijão" para compreender profundamente uma modelagem multidimensional e propor mudanças conceituais ou, mais complexo ainda, compreender do negócio do cliente e propor um modelo multidimensional eficiente, coisa que está muito antes da escolha da ferramenta.

A verdade é que eu percebo um certo receio dos profissionais Hyperion quanto à expor informações técnicas relevantes. Isso não é uma crítica, é uma constatação. Parece que alguns pensam que seu emprego está em risco se mais pessoas conhecerem a tecnologia.

Eu, particularmente, não penso assim. Toda tecnologia de qualidade tende a ser absorvida pelo mercado como aconteceu com Java, Oracle, PHP, etc, portanto, é questão de tempo até que o conhecimento sobre Hyperion, BI, OLAP, etc, esteja completamente pulverizado e mão de obra de baixa qualidade comece a pipocar por aí. Como acontece com qualquer tecnologia, existirão dois grandes grupos de profissionais:

1. Profissionais de alto nível, competentes, bem posicionados e bem remunerados.
2. E existirá uma nuvem de gente que talvez compre um livro "aprenda seiláoquê em 24 horas" porque acha que isso dá dinheiro.

Eu não me preocupo com nenhum desses grupos. Os primeiros são grandes ajudadores, são pessoas em quem os profissionais devem se espelhar quando tiverem a oportunidade de trabalhar com eles. O segundo grupo nunca incomodou os profissionais competentes que sempre vão ter espaço no mercado. Com isso quero dizer que o que motiva esse blog é a minha vontade de melhorar o meu próprio trabalho. Quero dizer que o blog ajuda a mim mesmo, a reler como realizo algumas coisas no meu trabalho. Ajuda a perceber que "faz sentido" se uma outra pessoa lê e entende o que eu procurei fazer. E espero que acabe ajudando alguém que passe por aqui procurando alguma coisa útil.

Se for útil para você também, ótimo. Qualquer dia desses tomamos um café em algum projeto por aí...